Sinto falta do aconchego
Que me aconchega
Nas noites em que as palavras
Se perdem, frágeis, dentro de mim.
Palavras que se perdem
Num grito silenciado,
Angústia muda e crescente,
Ecoando onde ninguém é encontrado.
No tilintar, do pêndulo da vida,
Sou o próprio silêncio sem fim,
Feito neblina que embaça e esconde
O pouco que resta de mim.
E no fundo desse abismo mudo,
Há um eco que quase me responde,
Mas morre antes de ser escutado,
Dilacerando - tão longe... tão longe.
Palavras que se perdem
Num grito silenciado,
Angústia muda e crescente,
Ecoando onde ninguém é encontrado.
Ah,... que bom que seria
Apenas cantar, sorrir, amar
Quem sabe o peito se abriria.
Mas, os dias passam sem me notar.
Os dias passam, sem me notar,
Como um barco à deriva, com medo
Aquieto-me em mim, devagar,
Só a noite conhece meus segredos.
Palavras que se perdem
Num grito silenciado,
Angústia muda e crescente,
Ecoando onde ninguém é encontrado.
* * * * *